Quando nascemos, sequer sabemos
quem somos, e ao longo dos anos nosso conhecimento do mundo e de nós mesmos vai
se alterando, interagindo com pessoas, como mundo.
A cada aniversário comemorado,
nos asseguramos de um destino inevitável, estamos envelhecendo sem caminho de
volta, nossas células envelhecem em uma contagem regressiva, mas pra que? Por
que motivo a natureza faz todas as coisas assim? Passageiras.
Não existe nada permanente?
Fisicamente, não. Tudo que é físico se relacionado com um estado transitório.
Tudo passa, absolutamente tudo. Nem mesmo os diamantes o serão por toda eternidade,
porque são físicos.
Então o sentido se torna óbvio (não?). A
cada ano que passamos aqui, precisamos incrustar valores metafísicos,
espirituais, conceituais para nós mesmos, pois somente essa energia é perene,
também se transforma, positiva ou negativamente. Mal conseguimos nos relacionar
com nossa essência devido ao peso do nosso ego, das nossas dores pessoais, do
sofrimento por tudo o que pensamos que é nosso e outrora perdemos, por todo
respeito que esperamos e percebemos que não temos. Pois nada é. Tudo está.
Carregamos uma dor ilegítima por que a sociedade nos treinou assim, nos
condicionou a sofrer por valores mal estruturados. Não conseguimos enxergar
nosso potencial, nossa integridade.
A transformação é dolorosa porque
nos acostumamos a viver acomodando as coisas. Buscamos desesperadamente o
conforto, e quando conseguimos algum, nos agarramos e batizamos como
felicidade. Não. Felicidade não pode ser projetada em outras pessoas, outras
coisas, deve fluir de nossas escolhas.
Não há perda que deva ser
alimentada, nem erros a seres valorizados porque tudo nos foi proposto por um
crescimento, um aprendizado necessário para a única coisa que pode permanecer,
nossa energia, espírito ou chame como quiser, mas aquela nossa parte metafísica
que independe da forma física.
Tudo que passou até aqui que não
consegui entender, doendo ou não, virá novamente, em um ciclo que só se encerra
quando resolvemos a “charada”. Então nunca é tarde pra começar a ver o que está
além do teatro da vida moderna. Pois sempre estará lá. Mas perder uma vida sem
perceber tudo o que somos, é a melhor definição para “perda de tempo”. Cada
vida, encarnação, existência é preciosa! Não para ser preenchida passando o tempo com conforto, mas para aprendermos com os desafios e desabores que a natureza, Deus ou como quiser chama irá necessariamente propor. É o desejo, razão de ser de toda energia transitória,
poder estar, sentir, tocar, chorar, rir, respirar, correr, olhar, amar, sofrer,
queimar, molhar, em fim, viver.
Vem viver de verdade!? Solte o peso burro!