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terça-feira, 6 de junho de 2017

O Distrato do Açaí

Me sinto sufocado pela cultura popular.
A malandragem deixou de ser desonrosa para virar hábito.
O descaso das pessoas em cumprir acordos, virou escada financeira, prática econômica.
A derrota moral do povo me enoja. É uma doença institucionalizada que não afeta apenas as classes baixas, mas todas as camadas da sociedade incluindo senadores e presidenciáveis.

Mas vou me ater ao problema que motivou este post.
Na ocasião da cobrança de valores relativos ao distrato de uma sociedade prematura fui acusado pejorativamente de querer ser perfeito, quando de fato fiz questão apenas de honestidade.
Fiz questão de reciprocidade financeira, simples. Meus pagamentos de equipamentos e insumos sempre feitos em dia, sem questionar apresentação de Notas Fiscais e maiores explicações, sem questionar a apresentação de valores, sem cogitar hiper faturamentos, uso indevido ou desvio de valores sem acusar ninguém de falta de honestidade. Mas tudo se inverteu quando migrei de pagador a credor.
Meses após o distrato da sociedade e toda a estratégia de ressarcimento estabelecida absolutamente nenhuma ação foi feita, mas diversas foram as acusações de cobrar valores além do direito, invertendo totalmente a situação já que nunca fui devedor. A base desta afirmação se deu porque passaram a alegar que os valores apresentados por mim na planilha eram maiores do que os pagos de fato. Porém, de fato os valores apresentados ainda na sociedade vigente foram divididos e pagos em dia, portanto sugerir que estes valores seriam outros é o mesmo que admitir que foram hiper faturados na ocasião. A fuga da honestidade ficou clara quando cobranças indevidas foram levianamente associadas. Inclusive aluguel de sala, posterior a minha saída oficial da sociedade foi cobrado, bem como serviço de internet pago com 30 dias de antecedência e manifestado com outros 30 dias de antecedência do direito de usufruto, o fim do meu interesse no serviço, prestado pela mesma pessoa.    LASTIMÁVEL. 

Vale destacar que mesmo não tendo acesso ao dinheiro da nossa empresa, função esta ironicamente do(a) devedor(a), a única pessoas da sociedade que fez questão de registrar todos os custos, entradas e saídas, etc, fui eu. A informação em forma de planilha foi atualizada durante todo o período de vigência da sociedade sempre que havia algum investimento, compra de materiais ou venda, e enviada voluntariamente para todos os demais 3 sócios via grupo de "Whatsapp" com a única finalidade de transparência e divisão honesta de custos e lucro.

Ser honesto é honrar com compromissos,
não tem relação com utopia de perfeição,
é simples, vc faz um acordo,
que só poderá ser desfeito ou modificado se de comum acordo,
caso não haja acordo, você precisa cumpri-lo.
Você pode firmar novos acordos com outra pessoa
até para poder honrar com os anteriores.
Que idiota faria um novo acordo com quem não cumpre seus compromissos?

Se me deve R$ 1,00, e estabeleceu que até dia 5 me pagaria este valor, porém por alguma desventura não conseguiu poupar ou conquistar, peça emprestado para outra pessoa e pague sua dívida, assim não leva a fama de caloteiro e ganha mais tempo para conquistar o valor. Imprevistos acontecem na vida de todos, mas é fácil resolvê-los quando existe vontade.

Cumpra seus acordos, aprenda a dar valor a sua palavra.

Falar alto ou repetir inúmeras vezes que é pessoa honesta não tem efeito se tuas ações não condizem com o discurso.
Procurar criar situações de conflito, ofensas, etc não apaga dívidas, não justifica o calote, apenas mostra o nível de carência moral e despreparo social.


Você é o que você faz, não quem diz ser.


OBS: nada de imagens ou música neste post. É importante refletir de como nos habituamos em pequenas ações a não honrar compromissos.