Ser católico, evangélico,
muçulmano, ateu, budista, umbandista, seja qual for a religião ela parte de
um princípio organizacional que viabiliza a organização da sociedade. Sem essa
fé descontrolada, inexplicável, sem sentido lógico ou mesmo sem comprovação
científica, nada disso importa além a viabilidade de uma comunidade racional civilizada
e organizada. A milênios nossos ancestrais tiveram este in-sight mesmo antes de
algum psicólogo pós moderno inventar a expressão. A única verdade absoluta que pode ser associada a religião é que a
crença em uma continuidade espiritual ou reconhecimento pós morte faz com que
os homens encontrem estímulo em um comportamento social comunitário, em projetos comuns longínquos, em um desenvolvimento
crescente baseado em valores positivos. Curioso é pensar que é exatamente a fé incutida de bondade,
fraternidade e todos os predicados relacionados com a religião, despertam em cada ser humano sadio o sentido único
de perpetuação com necessidades sociológicas e filosóficas que estão levando a
humanidade ao colapso populacional. A quem pode ser negado o direito de
reprodução e continuidade? Mesmo que o homem, qualquer um, aceite a premissa de
imagem e semelhança de Deus, caberia à indagação sobre qual imagem poderia
sobressair das demais e selecionar quais Deuses devem ser extintos e quais
devem ser perpetuados. A verdade é que não somos Deuses e nossos instintos reprodutores são responsáveis por uma taxa de reprodução tamanha que supera as expectativas de acomodação e suprimento de recursos naturais do planeta comprometendo a continuidade do modelo social atual.
Aceitar que o homem destoa da
harmonia natural do planeta é tarefa para estudantes do primário e apesar de
todo o esforço filosófico religioso é este o problema que nos conduz a
explicações paranormais e transcendentes. É pretensioso e contraditório a
própria ciência utilizar a matemática para comprovar teorias físicas e tornar
um fardo sempre que a falta de tecnologia nos impede de comprovar já que é a fé
a justificativa prima do trabalho da ciência. Mas a batalha continua na outra
fileira. Os líderes religiosos embalados na etimologia da palavra fé
esforçam-se para negar a relação entre a ciência e a criação. Enganos simples
como ignorar Fibonacci, desconsiderar descobertas históricas, contextos e
ecossistemas, rejeitar métodos da medicina moderna afastam a população
intelectualmente favorecida de uma relação saudável com o tema transcendente. Deus
e criação são coisas distintas como a terra e a água, porém a relação é
intrínseca e necessária. O princípio filosófico que justifica os bons
princípios é o mesmo que justifica o desenvolvimento de teorias e
desenvolvimento de estudos comprobatórios.
Por concepção a religião é fruto
daquilo que depende exclusivamente da fé, uma crença independente de
comprovação e a ciência é todo o conhecimento sistemático que pode ser
comprovado e questionado.
Se existe um problema comum entre
ciência e religião é o tema extraterrestre.
A mesma ciência que alega ser
estatisticamente impossível não haver outras formas de vida desenvolvidas no
universo devida à quantidade de sóis existentes e respectivos ecossistemas
planetários populáveis caçoa dos ufologistas apenas pela falta de fé na
tecnologia desconhecida. Como nossa ciência secular não desenvolveu
conhecimento que permita vencer espaços expressos em anos luz sem se chocar com
as leis da física reconhecidas, acabamos agindo como crianças, o que realmente
somos em relação ao cosmo. O fato de termos um desenvolvimento científico
limitado, novo, secular, não deveria nos ruborizar ou apelar para mecanismos de
defesa tão primários. O fato é que o conhecimento é germinado pela fé,
cultivado pela observação e só cresce pela experimentação.
Este mesmo assunto é rejeitado
pelas religiões por dois motivos, o primeiro é que trata-se de assunto
pseudocientífico, motivo suficiente para classificá-lo como assunto
impronunciável.
O segundo e mais relevante para o
meio religioso é uma confusão relativa à atribuição de Deus. A atribuição
associada corretamente a Deus conforme minha fé que é recheada de argumentos
matemáticos é a criação do universo, tenha ele o tamanho, forma e relação
dimensional que tiver, acredito em uma energia responsável e presente no micro
e macro cosmo, logo, o criador, seja como for, com a forma que tiver, é e está
em todas as coisas no universo, seja na Terra, em Saturno ou em galáxias
distantes. Se Deus criou o homem, também criou o Sol e todas as outras coisas
que a ciência procura entender. Este fato não se sobrepõe à forma como o ser
humano apareceu no planeta Terra. Então, mesmo que algum dia os indícios
histórico-científicos apontem para a possível comprovação de uma colonização
remota de uma comunidade que não nativa do nosso planeta não significa que os
créditos da criação devam ser atribuídos aos mesmos, já que também foram
criados por Ele. O que ocorre é que nossos antepassados por não possuir
conhecimento tecnológico algum atribuíam somente à fé alguns eventos e aparatos
revelados por estes serem que durante os primórdios foram perpetuados pelos
historiadores como Deuses, que de fato jamais foram. A superioridade
tecnológica sustenta a posição política atribuindo injustamente privilégios
divinos, mas a associação a criação é demasiado enganada.
Se por um lado as Religiões
deturpam a natureza da fé por outro o meio Científico superestima sua
capacidade de entendimento do universo.
A conclusão mais simples é de que
o egoísmo do homem é a maior barreira para o crescimento da nossa sociedade
independente a vocação seja científica ou religiosa.
As ferramentas como a fé e a
lógica estão conosco para uso saudável e não para travar batalhas para inflacionar
egos.