Translate

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Legado

EM um mundo tão pervertido, onde se premia e enaltece a falta de caráter e escrúpulos, onde os valores de família e fidelidade são dissociados do conceito de satisfação e felicidade está cada dia mais complexo educar uma criança. Como fazê-los entender que para ter sucesso na sociedade que vivemos, precisamos nos despir dos valores morais mais nobres?
Corrompemos nossos valores de um modo tão intenso que fica complicado prever algum futuro onde a ética possa participar.

Cabe aos poucos e raros lutar cada segundo, sacrificar-se para que algumas centelhas permaneçam, para que permaneçam mesmo que raros, referenciais para manter a esperança em um despertar. 

Pois aos meus criarei para que vejam a luz, mesmo que seus olham precisem das lágrimas para remover a sugeira do mundo que nos cega. Precisamos manter o legado, que seja pela alma, pela carne, por tudo o que puder ser nobre o suficiente para suportar a carga.


Não procure por anjos, eles virão quando for necessário;
Não enxergaremos nada no céu, eles se misturam entre as pessoas mais simples, entre um preconceito e outro, entre os dedos sujos, entre a sarna dos cães, são glórias do céu, distantes das glórias dos homens.
Não escutaremos se estivermos ocupados apenas com nosso sofrimento pois não há o que possa ser visto por quem se recusa a abrir os olhos;

Wake me up when september ends

Green Day... (Vale muito a pena escutar a música)

Me Acorde Quando Setembro Acabar

O verão chegou e passou
O inocente nunca dura
Me acorde quando setembro acabar

Assim como meu pai se foi
Sete anos passaram muito rápido
Me acorde quando setembro acabar

Lá vem a chuva de novo
Caindo das estrelas

Encharcado na minha dor de novo
Nos tornando quem somos

Como a minha memória descansa
Mas nunca esquece o que eu perdi
Me acorde quando setembro acabar

O verão chegou e passou
O inocente nunca dura
Me acorde quando setembro acabar

Toquem os sinos novamente
Como fizemos quando a primavera começou
Me acorde quando setembro acabar

Lá vem a chuva de novo
Caindo das estrelas

Encharcado na minha dor de novo
Nos tornando quem somos

Como a minha memória descansa
Mas nunca esquece o que eu perdi
Me acorde quando setembro acabar

O verão chegou e passou
O inocente nunca dura
Me acorde quando setembro acabar

Assim como meu pai se foi
Vinte anos se passaram muito rápido
Me acorde quando setembro acabar
Me acorde quando setembro acabar
Me acorde quando setembro acabar
 
http://www.vagalume.com.br/green-day/wake-me-up-when-september-ends.html
 

sábado, 4 de janeiro de 2014

Devaneios

Passei uns dias mergulhado no limbo, confuso, chateado entre outras mil sensações e dúvidas. Mais desculpas pra pedir, mais explicações pra dar e fiquei assim, mudo.
Hoje a porta foi aberta, não por saudade, nem por carinho, mas por humanidade. Mesmo assim foi suficiente pra que o ar entrasse, acordou o crítico e o poeta...
Então, Olá 2014! Venha mostrar seus desafios, suas garras, e vamos em frente...



Devaneios do amor...sempre em verso...

Ritos e Mitos, Ditos e Gritos,
Todo o lixo banido no infinito,
Pra que fique aqui o amor bendito,
melhor e mais bonito;

Hoje todos falam de fé,
sem sequer tocar na fonte,
que o amor também é ponte,
pra alcançar o que se quer.


Futebol e Política
“...e nefastos são os desígnios dos líderes do povo,
...por seus desatinos, Pois são incapazes de controlar sua arrogância e de refrear seus desejos.
Enriquecem praticando atos injustos, não poupando bens sagrados nem mesmo bens públicos,
Roubam com avidez, cada qual por seu lado, Não respeitam os sagrados fundamentos da Justiça,
... Esta chaga incontrolável já atinge toda a pólis
...ceifa a juventude de muitos,
...muitos pobres partes para terras estrangeiras,
...a desgraça alcança a todos em sua própria casa...”

Apesar de parecerem escritos por ti, ou por qualquer contemporâneo brasileiro, os versos acima foram escritos a mais de dois mil e quinhentos anos atrás, por Sólon de Atenas, aristocrata que viveu na política ateniense de 640 a 558 a.C.. Serve para ilustrar como a única coisa que mudou na ética e política humana ocidental foram os mecanismos de comunicação e de manipulação de massas.

No mesmo ano que paramos a economia e depredamos o país com protestos violentos sob brandos de “Fora Copa” prestigiamos com recordes de audiência o sorteio das chaves dos países participantes da Copa do Mundo de Futebol 2014 no Brasil.
Para quem liga inevitavelmente os dois eventos, o sentimento de “boiada” causa um enorme desconforto, mas leva a muito poucos refletir sobre os verdadeiros motivos do movimento, ou sobre “quem e porque tocaram a boiada”, até porque, seis meses se passaram, como se a importância daquela manipulação de massas perdesse a relevância devido ao intervalo temporal transcorrido. Os problemas que infestaram as redes sociais na ocasião, foram corrigidos ou agravados? Estas questões nunca foi relevantes para os organizadores e estopins do movimento. Relevante foi implantar e registrar uma imagem, estereótipo ou ideia de anarquia e gerar descontrole social e danos sérios à gestão pública. Nada mais profundo ou elaborado foi necessário porque afinal, este ano que chegou teremos a Copa do Mundo de Futebol no Brasil!
A chegada da Copa implica em dedicar nossa atenção livre, além das preocupações cotidianas de trabalho, escola, família, amigos e lazer buscando informações sobre as chaves, jogos, escalações, em fim, prestigiar cuidadosamente cada detalhe e personagem do evento tão rechaçado no fim do primeiro semestre de 2013.
_ Espere! E quanto as eleições? Teremos tempo para nos preocupar com as escalações dos partidos? Saber sobre a história pública ou feitos reais de cada político que integra cada partido? Sabemos se Leonel Messi é destro ou canhoto, podemos citar no mínimo 10 seleções que participarão do mundial, mas não sabemos citar o que os candidatos à presidência defendem, nem sequer citar 10 partidos políticos envolvidos na eleição. Teremos tempo de fazer bolões e discutir nas mesas de bar sobre quem será o grande craque na administração pública que assumirá o governo do estado ou a presidência da república? Não. Ficaremos com os estereótipos simples, fantasiados, prontos, entregues por movimentos interessados, tão rápidos e rasos quanto ao que tivemos que presenciar seis meses atrás. Afinal este ano a prioridade é Futebol. Assim como em todos os outros.
Se criticar é sempre fácil, aqui vai uma difícil: devemos criar um projeto lei que desvincule o ano da Copa do Mundo ao ano da Eleição, seja em quaisquer instâncias. Basta que o foco do projeto lei sugira um mandato especial para governador e presidente de apenas três anos, regularizando o período de quatro anos nos anos subsequentes, desvinculando permanentemente os eventos, permitindo um real e verdadeiro debate sobre o caráter e histórico dos personagens da administração pública.
Vamos devolver aos nossos filhos o direito de pensar?