Neste mundão selvagem existe todo tipo de gente. Gente que
ajuda, gente que precisa de ajuda, gente que aprende, que não aprende, gente
que complica, que implica.
Costumo enaltecer toda a iniciativa em prol do outro, tudo o
que fazemos espontaneamente para ajudar pelo simples fato de percebermos o
enlace entre nossa disponibilidade e a necessidade alheia. Assim abrimos
janelas que transformamos em portas e posteriormente em pontes, castelos.
Mas nosso universo precisa de equilíbrio, pois assim é a
natureza, assim é a Obra.
Da mesma forma que enaltecemos a solidariedade e a
disponibilidade precisamos respeitar os indispostos, indiferentes, por fim os
complicadinhos. Complicadinho porque realmente acredito no equilíbrio natural
das forças e portanto reconheço a importância da presença destes indivíduos, ou
dessa postura na sociedade. Eles valorizam a ação adequada e servem de
referência oposta. Mas não consigo deixar de postular em diminutivo de forma
pejorativa.
O Complicadinho é aquele que tem o dom de não ser feliz. Não
importa sua família, seu status social, seu emprego, sua saúde, tudo pode estar
em perfeita ordem, mas ver seu vizinho satisfeito ou simplesmente feliz com
menos que ele possui já gera revolta. O Complicadinho sequer precisa de
estimulo para atrapalhar, ele gosta de se impor, precisa de atenção mais do que
os demais. Seu esporte predileto é fingir que não se importa com os outros,
porque apesar de não se importar com a opinião alheia, ele precisa mesmo da
atenção dos outros, precisa fomentar discussões, se motivo de assunto mesmo que
negativamente. O Complicadinho precisa de amor mais que os outros, mas é
complicado de mais pra admitir e teimoso de mais para aceitar. Mas é um bebê
chorão.
A melhor maneira de ajudar o Complicadinho é tirar seus
brinquedos. Se o problema é o cocô do seu cachorro, leve uma sacola plástica e
recolha, se o problema é o som alto, não passe os 70dB ou use fones de ouvido, se
o problema é a vaga no estacionamento, use outra, se o problema é qualquer
bobagem, dê um sorriso, agradeça a preocupação e deixe ele falando sozinho. O fato é que o Complicadinho não vive sem seus brinquedos, se você não deixar nenhum pra ele, ele irá procurá-los em outro lugar.
Não alimente os problemas, tome para si a responsabilidade
de resolvê-los e de ser feliz, sempre existe outra forma de fazer o que você
quer, seeeeeeempre.
Pro complicadinho, mande amor e se ele passar da conta,
mande um dedo, escolha um...
Trilha sonora, tipo isso (recomendo o clipe pra ilustrar um
complicadinho) : Rude – Magic
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