Cada cidadão do mundo moderno residente em
países em desenvolvimento gera cerca de 1Kg de lixo por dia. Nos países
desenvolvidos onde o poder aquisitivo e a oferta de produtos de rápido consumo
é maior, a quantidade de lixo gerado por pessoa ultrapassa os 3Kg por dia.
Todo o lixo recolhido de Ilhéus é
disposto no Itariri, uma área estruturada em 2002 como aterro sanitário para
atender a demanda de lixo das cidade de Ilhéus e Uruçuca. Na cidade de Ilhéus, conforme o
último senso realizado, temos aproximadamente 180 mil habitantes e na cidade
vizinha, Uruçuca, 20 mil habitantes.
O Itariri foi concebido em 2002 e entrou em
funcionamento em 2004 com um tempo de vida útil estimado em 15 anos operando em
um regime de aterro sanitário para o volume aproximado de 200 toneladas de lixo
por dia. Conforme a legislação brasileira para atribuirmos a uma determinada
área o título de Aterro Sanitário devem existir uma série de procedimentos
dentre as quais a principal é a implantação de um sistema de células de
compostagem onde camadas de lixo são sobrepostas com terra sucessivamente bem
como os gases e chorume gerados da decomposição do lixo são captados e tratados
adequadamente para evitar a contaminação do lençol freático e de todo o meio
ambiente do entorno.
O problema é que desde a implantação, nenhuma empresa privada conseguiu dar continuidade ao trabalho de
administração do aterro sanitário devido à inadimplência dos municípios. Em consequência
do descaso do poder público, o Aterro do Itariri mantém o status de Lixão.
Logicamente, como não foi feito o
tratamento do lixo devidamente, o tempo de vida útil do local deve ser drasticamente
reduzido. Sendo assim devemos considerar duas premissas muito importantes: o
tempo de vida útil do Itariri já acabou, e é fundamental uma avaliação do
impacto direto na área, no entorno e no lençol freático devido à disposição indevida
dos resíduos para que o Ministério Público possa qualificar os danos e responsabilizar
devidamente pelos crimes ambientais e procedente improbidade administrativa das
administrações contemporâneas ao problema.
Este estado caótico da
administração dos resíduos urbanos nos obriga a estender o raciocínio para
tentar diminuir as chances de erro para a próxima área escolhida para este fim,
bem como reduzir custos e impostos futuros que fatidicamente nos serão cobrados
a depender do sucesso da administração do próximo aterro sanitário.
É fato que a população paga,
através dos impostos tanto pela administração do lixo quanto pela parte de
município na implantação de uma nova área. Pagamos também por toda esta conta
que envolve pesquisas, recuperação das áreas degradadas, remédios, salários e
infra estrutura montada para tratar da insalubridade e doenças decorrentes do
descaso com o lixo.
Precisamos entender que mesmo que
não esteja mais na soleira da nossa porta, o problema
continuará sendo nosso se não for administrado da forma adequada.
A sugestão prática é um esforço
comunitário para separarmos o lixo. Mesmo que a cidade não disponha de um
serviço de coleta seletiva imposta pela Lei de Resíduos Sólidos promulgada em
2010, a segregação dos resíduos facilita o trabalho dos catadores que
cooperativados ou não realizam a nobre tarefa de identificar e retirar lixo
reciclável dos lixões, reduzindo o impacto do nosso descaso.
O lixo seco é um produto com
valor comercial, porém, quando misturado, contaminado para a ser tratado como
lixo comum, implicando em tratamento inadequado.
É descaso nosso sim. Basta
lembrar que 70% do lixo é orgânico. Em outras palavras, se enterrássemos todo
nosso lixo orgânico, além de termos terra de qualidade no nosso quintal, para
plantar verduras, hortaliças e até mesmo ornamentais, estaríamos ampliando o
tempo de vida útil de um aterro sanitário como o planejado para Ilhéus e
Uruçuca, de 15 para 75 anos, economizando muito dinheiro dos nossos impostos.
Separar o lixo não é obrigação, é
uma opção inteligente.
“Não deixe nada pra semana que
vem, porque a semana que vem pode nem chegar”
Faça hoje a sua parte...
Trilha de Hoje: SEMANA QUE VEM –
Pitty
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