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terça-feira, 17 de setembro de 2013




O abacate virou cobra e dançou no velho coqueiro;
Ratos verdes embolam cerejas nas folhas de outono;
Se a grama mata a laranja da torre a orelha vibra no galho da lua.

Entendeu ou sobraram parafusos no saco? Sacou?

oooooooooooooooommmmmmmmmmmmmmm

 


Toda vez que me pergunto porque tive o privilégio de conhecer o caminho, associo à minha habilidade de comunicação. Fosse tão simples elencar uma tarefa, associar a apenas um predicado seria tão mais fácil de compreender e explicar os desígnios da natureza.
Felicidade e tristeza se revezam em nossas vidas como em um jogo. Os atentos mais experientes identificam os padrões da teia da vida captando aspectos e arriscando palpites que muitas vezes acertam a base do sistema natural.

Mas é mais simples do que parece. Valor.

Na mitologia e filosofia Oriental fica clara a dependência dos opostos como ferramenta necessária que dá significado as coisas. Como perceberíamos a claridade se não percebêssemos antes o escuro e vice versa, como perceberíamos o molhado sem o seco e assim por diante.

O valor das coisas depende do entendimento que podemos ter delas, e sem os opostos, sem as antagônicas a tarefa seria impossível.
A partir dessa premissa lógica, natural e divina precisamos entender que essa é ordem natural, um processo divino que harmoniza a existência.
Portanto àqueles que fazem mal a mim, a você, aí estão porque precisamos deles, e nesse elaborado esquema contribuem para o equilíbrio das sociedades, valorizam nossos momentos de felicidade.
Então nessa hora de intensa felicidade é importante lembrarmos de perdoar e agradecer àqueles que nos fizeram ou fazem mal, são apenas marionetes divinas cumprindo o seu papel, e por causa deles conseguimos valorizar adequadamente nossas conquistas e derrotas.

Obrigado a quem me faz sorrir, obrigado a quem me faz chorar.

Essencial em entender a teia da vida é não guardar rancor, não alimentar pensamentos ruins, não retribuir o mal e aprender a usar estes sinistros como escada para nosso aprendizado e evolução física e espiritual.
 
Pois a cólera, o ódio são cumulativos, explosivos, e a cura acima não é instantânea, deve ser ministrada todos os dias para surtir efeito a longo prazo.

Assim como o Ouroborus que devora a própria cauda para se reinventar, precisamos rever nossos valores constantemente, questioná-los e aproveitar as crises impostas para renascer, trocar de pele.

Samyaze.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Poemas podem conter rimas ricas, rimas fáceis, versos, ideais, podem ser transformados em música ou simplesmente revelar sentimentos, ideias e pensamentos, mas poucos expressam nossos sentimentos, poucos se misturam de modo singular a nossa própria experiência. Por isso devemos toda nossa gratidão e admiração e estes mestres.
Segue minha gratidão também a minha tia e dinda amada (Elizabete), a "Dinda Bete" por me apresentar os versos de José Fogaça abaixo que ajudaram a formar os valores que sustento hoje e se a letra estiver errada, lamento, foi assim que aprendi e assim canto e vivo por este anos.

Vento Negro

Onde a terra começar, vento negro, gente, eu sou;
Onde a terra terminar, vento negro eu sou;

Quem me ouve vai contar, quero lutas, guerras não;
Erguer bandeiras sem matar, vento negro é furacão;

A vida é o tempo, a trilha é o sol,
Um vento forte se erguerá arrastando o que houver no chão,
Vento Negro, campo a fora, vai correr,
Quem vai embora tem que saber, é viração.

Dos montes, vales que venci no coração da mata virgem;
Meu canto eu sei, Há de se ouvir;
Em todo o meu país;

Não creio em paz sem divisão, de tanto amor que eu espalhei;
Em cada céu, em cada chão, minha alma lá deixei;

A vida é o tempo, a trilha é o sol,
Um vento forte se erguerá arrastando o que houver no chão,
Vento Negro, campo a fora, vai correr,
Quem vai embora tem que saber, é viração.

A partir de hoje assumo a alcunha de Samyaza nos meus textos religiosos e filosóficos em homenagem ao líder dos Sentinelas que ousou indispor-se com Deus para defender sua família. Para quem quiser conhecer a história velada deste corajoso anjo, recomendo a leitura do Livro de Enoch (Tradução livre para a língua portuguesa por Elson C. Ferreira, Curitiba/Brasil, 2003).


Labirinto.

Sim a vida é um labirinto sem fim, sem garantias, sem objetivo final. Em prol da instituição da sociedade organizamos nossos valores e crenças, mas o labirinto a cada curva apresenta um desafio. Alguns desafios são saudáveis, estimulantes, outros derradeiros, cruéis, sobre muitos passamos, por outros tropeçamos e em outros nos forçam a mudar a direção.
Processo natural eu diria se ao menos não houvessem confrontos entre lógica, moral e sentimento. Em alguns momentos tudo se confunde. A opção carregada de ética fere a alma, maltrata, envenena, amarra o espírito e então desperta a antítese. Faz questionar o outro lado da moeda, porque o errado, agracia tanto a alma, preenche o coração? Coisas deste engendrado labirinto. Enquanto o certo enjoa, enfada, o errado excita, completa. Bem vindos à Obra Divina. Sofra hoje que amanhã viverás no paraíso, ou viva no paraíso e sofrerá amanhã. Uau, ótimas opções pra quem poderia oferecer todas. Somente na justiça divina os filhos pagam pelos erros do pai... aahh se eu pegasse esse Adão...

Que escolhas fazemos? Quais podemos fazer? Onde está o livre arbítrio? Quem está correto aos olhos do plano divino, quem consegue desviar da sina mudando a história que o destino nos força a reescrever ou quem cede à impressão da vontade cósmica repetindo a história dos ancestrais?

Belchior escreveu “Como nossos pais” inspirado por alguma intenção divina ou guiado pela mesma observação filosófica temperado pelas angústias desse imenso labirinto que me  trouxeram hoje aqui? Tanto faz, nada importa, nem a linha do destino, nem o desespero em perceber essas amarras cruéis pois jamais conseguiremos questionar o arquiteto desse sistema.

Nos resta resistir aos desígnios, fechar os olhos e pular. A corrente nos levará onde devemos estar para cumprir o nosso papel, bem ou mal, feliz ou triste, tranquilo ou angustiado, não há medicina que acalme esse turbilhão nem virtude imensa suficiente para mudar o que o senhor supremo escolheu.
Pois que assim seja...

Samyasa