Cada dia mais comum as pessoas
jogarem nas redes sociais fotos sensuais. Normalmente a imaturidade faz com que
estas pessoas acreditem que apenas alguns eleitos pela própria vaidade vão
curtir ou comentar tais fotos. Depois que a fama foge o controle manifestam
revolta contra tudo e todos. Quanta ingenuidade. Será ingenuidade? Prefiro
pensar que sim, afinal se ler um post com mais de dez linhas parece perda de
tempo para nossa juventude, o que esperar? Acompanhar uma linha filosófica, um raciocínio
lógico simples tornou-se tarefa massiva. Melhor curtir ou cutucar a gatinha ou
o gatinho nas redes sociais, passar o tempo olhando caras, bocas e corpos do que passar o tempo discutindo o pensamento alheio.
De qualquer forma aqui vou eu
mais uma vez, escrever para quem gosta de pensar, discutir sobre valores,
sempre tem alguém que gosta do que há dentro da embalagem.
A armadilha da vaidade
A vaidade pode fazer bem assim
como pode fazer mal.
O bem ou mal parte inicialmente
da relação da vaidade com nosso comportamento com as outras pessoas. Precisamos
lembrar também que o efeito da vaidade é igual tanto sobre as pessoas para as
quais queremos exibir valor quanto sobre as pessoas para as quais não queremos
exibir valor.
A vaidade, assim como tudo na
vida, faz bem quando dosada, comedida. Pode ser motivação para alcançarmos
melhorias, como estudar mais, cuidarmos da saúde, do corpo, das amizades, etc.
Sempre que fizer bem, a vaidade deve ser cultivada. Porém nem sempre a vaidade
traz os resultados que gostaríamos.
Quando as pessoas que admiramos
reparam em como estamos mais bonitos, mais espertos, mais magros, mais fortes,
nos sentimos poderosos, satisfeitos. Porém o fato é que todos reparam quando
nos fazemos ou parecemos melhores, inclusive as pessoas que rejeitamos.
Rejeitamos pessoas por diversos
motivos, alguns nobres, outros injustos. Rejeitamos os outros porque não
atendem nossos estereótipos, não se comportam dentro dos nossos padrões de
aceitação, não atendem nossos padrões de beleza, em fim, possuem
características que desaprovamos.
Nossa vaidade também atrai
pessoas que rejeitamos. E como deveríamos reagir a isso? Apenas expulsar?
Descontar nossa frustração porque quem queríamos que reparasse sequer notou seu
novo corte de cabelo ? Talvez.
Mas talvez seja a oportunidade de
refletirmos sobre os limites da nossa vaidade. Será que passei do ponto? Estou
me tornando fútil? Porque rejeitar esta pessoa? Tenho razões morais para isso
ou apenas uma repulsa estética dos meus preconceitos?
Para legislar bem precisamos
criar regras. Para criar regras precisamos generalizar. Para generalizar
precisamos sim desenvolver padrões. Mas precisamos abrir nossas mentes para as exceções,
reconhecer variações do padrão e enxergar a beleza e o potencial de crescimento
que só acontece com as diferenças.
Sempre existem pessoas
desagradáveis, grosseiras, vulgares, que não sabem como manifestar admiração ou
apreço sem confrontar valores, sem invadir limites morais, não há o que dizer
sobre este comportamento social vulgar, que deve ser rejeitado, desencorajado.
Mas caso os preconceitos sejam a motivação da rejeição, devemos reconhecer que
a vaidade passou do ponto, está nos fazendo mal, pois tudo o que limita nosso
conhecimento, bloqueia oportunidades saudáveis, faz mal, e nessa hora
precisamos rever nossos valores.
Esse assunto não pode ter trilha, é pra pensar em silêncio...
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