Translate

terça-feira, 3 de junho de 2014

Armadilha da vaidade



Cada dia mais comum as pessoas jogarem nas redes sociais fotos sensuais. Normalmente a imaturidade faz com que estas pessoas acreditem que apenas alguns eleitos pela própria vaidade vão curtir ou comentar tais fotos. Depois que a fama foge o controle manifestam revolta contra tudo e todos. Quanta ingenuidade. Será ingenuidade? Prefiro pensar que sim, afinal se ler um post com mais de dez linhas parece perda de tempo para nossa juventude, o que esperar? Acompanhar uma linha filosófica, um raciocínio lógico simples tornou-se tarefa massiva. Melhor curtir ou cutucar a gatinha ou o gatinho nas redes sociais, passar o tempo olhando caras, bocas e corpos do que passar o tempo discutindo o pensamento alheio.
De qualquer forma aqui vou eu mais uma vez, escrever para quem gosta de pensar, discutir sobre valores, sempre tem alguém que gosta do que há dentro da embalagem.

A armadilha da vaidade
A vaidade pode fazer bem assim como pode fazer mal.
O bem ou mal parte inicialmente da relação da vaidade com nosso comportamento com as outras pessoas. Precisamos lembrar também que o efeito da vaidade é igual tanto sobre as pessoas para as quais queremos exibir valor quanto sobre as pessoas para as quais não queremos exibir valor.

A vaidade, assim como tudo na vida, faz bem quando dosada, comedida. Pode ser motivação para alcançarmos melhorias, como estudar mais, cuidarmos da saúde, do corpo, das amizades, etc. Sempre que fizer bem, a vaidade deve ser cultivada. Porém nem sempre a vaidade traz os resultados que gostaríamos.
Quando as pessoas que admiramos reparam em como estamos mais bonitos, mais espertos, mais magros, mais fortes, nos sentimos poderosos, satisfeitos. Porém o fato é que todos reparam quando nos fazemos ou parecemos melhores, inclusive as pessoas que rejeitamos.

Rejeitamos pessoas por diversos motivos, alguns nobres, outros injustos. Rejeitamos os outros porque não atendem nossos estereótipos, não se comportam dentro dos nossos padrões de aceitação, não atendem nossos padrões de beleza, em fim, possuem características que desaprovamos.
Nossa vaidade também atrai pessoas que rejeitamos. E como deveríamos reagir a isso? Apenas expulsar? Descontar nossa frustração porque quem queríamos que reparasse sequer notou seu novo corte de cabelo ? Talvez.
Mas talvez seja a oportunidade de refletirmos sobre os limites da nossa vaidade. Será que passei do ponto? Estou me tornando fútil? Porque rejeitar esta pessoa? Tenho razões morais para isso ou apenas uma repulsa estética dos meus preconceitos?

Para legislar bem precisamos criar regras. Para criar regras precisamos generalizar. Para generalizar precisamos sim desenvolver padrões. Mas precisamos abrir nossas mentes para as exceções, reconhecer variações do padrão e enxergar a beleza e o potencial de crescimento que só acontece com as diferenças.

Sempre existem pessoas desagradáveis, grosseiras, vulgares, que não sabem como manifestar admiração ou apreço sem confrontar valores, sem invadir limites morais, não há o que dizer sobre este comportamento social vulgar, que deve ser rejeitado, desencorajado. Mas caso os preconceitos sejam a motivação da rejeição, devemos reconhecer que a vaidade passou do ponto, está nos fazendo mal, pois tudo o que limita nosso conhecimento, bloqueia oportunidades saudáveis, faz mal, e nessa hora precisamos rever nossos valores. 

  Esse assunto não pode ter trilha, é pra pensar em silêncio...

Nenhum comentário:

Postar um comentário