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terça-feira, 3 de junho de 2014

Coisa da Antiga?



Coisa da Antiga?

Fazendo uma breve visita aos pais da Filosofia podemos lembrar que Moral é um conjunto de normas aceito por um determinado grupo de pessoas. Estas normas são constituídas pelos princípios éticos universais deste grupo. Por isso vemos grandes diferenças por exemplo no tratamento dos muçulmanos às mulheres em relação ao tratamento comum na cultura ocidental. São diferenças culturais impostas ao longo da história e perpetuadas nestes distintos grupos sociais.
Até aqui tudo bem?

Pois é. Porém tratando-se de uma unidade social, como uma cidade, um estado, um país, as normas se tornam leis e aqueles que transgridem as leis diretamente são punidos. Mas apenas quando flagrados.
Além das leis, temos normas morais emaranhadas nas relações sociais, todas questionáveis e questionadas de acordo com os interesses de cada um. Então, com  a população nacional acima de 200 milhões, podemos imaginar que vivemos um conflito de 200 milhões de interesses distintos, somente no Brasil, pois além das normas que são comuns em todo os país, cada pessoa ainda possui seus valore s individuais que dirão se determinado valor moral (imposto pela sociedade) serve naquele momento ou não.

Na teoria filosófica quando uma pessoa apenas segue as leis pelo medo da punição ela é heteronômia, ou seja, tão imatura que não consegue entender a relação dos princípios éticos com a moral imposta. Já uma pessoa madura ou autônoma é aquela  que compreende a norma moral e escolhe conscientemente adotar ou não a convenção disposta pela moral, baseada em princípios éticos.

Hoje em dia as pessoas mudam de palavra, de ação, de compromisso, com extrema facilidade, pois nossa cultura ocidental é descartável. Tudo em nossa economia de consumo precisa ser consumido em grande volume e posteriormente descartado para garantir a sobrevivência do modelo capitalista e imperialista.
O problema é que descartamos nossa identidade. Descartamos nossos valores e nossa moral. Sem estes  valores, nossos princípios éticos são devorados, ludibriados, abafados. Seguimos um modelo comportamental pregado nos meios de comunicação de massa.

Antigamente a “palavra de um homem” tinha valor. Nesta oração a “palavra de um homem” é uma expressão para descrever o seu conjunto de princípios éticos, o norte de suas escolhas. Atualmente descartamos nossa “palavra” porque somos induzidos a isto. Se o interesse muda, mudamos nossas escolhas. Se nosso time de futebol perde, escolhemos outro mais forte para torcer, se o nosso próprio gato nos arranha, passamos a bater nele.
Precisamos voltar a ser dignos. Voltar a estimular os princípios éticos, a palavra de um homem e não mudar de idéia comprometendo outras pessoas apenas porque enxergamos dificuldades.

Nem é preciso dissertar sobre a política, o exemplo mais torpe de distorção e inversão de valores.

Cresça, isso é amadurecer, arque com as consequências dos próprios atos, assuma seus defeitos, comece a restabelecer teu valor. Não há recompensa maior do que ouvir que falaram bem da sua índole, dignidade e comportamento. Vamos começar agora? Se escolher não começar, lembre-se que envelhecer não é crescer, nem amadurecer. Faça de você, uma pessoa  de valor. Quem sabe um dia terá netos, histórias pra contar, lições a ensinar.

Trilha é perfeita, a letra (Clara Nunes), o ritmo, Mariene e Zeca,  top top top...

COISA DA ANTIGA
Na tina vovó lavou, vovó lavou a roupa que mamãe vestiu quando foi batizada
E mamãe quando era menina teve que passar; teve que passar,
Muita fumaça e calor no ferro de engomar
E mamãe quando era menina teve que passar; teve que passar,
Muita fumaça e calor no ferro de engomar

Hoje mamãe me falou de vovó, só de vovó,
Disse que no tempo dela era bem melhor
Mesmo agachada na tina e soprando no ferro de carvão
Tinha-se mais amizade e mais consideração

Disse que naquele tempo a palavra de um mero cidadão
Valia mais que hoje em dia uma nota de milhão
Disse afinal que o que é liberdade
Ninguém mais hoje liga, isso é coisa da antiga!

Oi, na tina!
Na tina vovó lavou, vovó lavou a roupa que mamãe vestiu quando foi batizada
E mamãe quando era menina teve que passar; teve que passar,
Muita fumaça e calor no ferro de engomar
E mamãe quando era menina teve que passar; teve que passar,
Muita fumaça e calor no ferro de engomar

Hoje o olhar de mamãe marejou, só marejou,
Quando se lembrou do velho, o meu bisavô
Disse que ele foi escravo, mas não se entregou a escravidão
Sempre vivia fugindo e arrumando confusão

Disse pra mim que essa estória do meu bisavô, negro fujão
Devia servir de exemplo a esses "nego Pai João"
Disse afinal que o que é de verdade
Ninguém mais hoje liga, isso é coisa da antiga!

Oi, na tina!
Na tina vovó lavou, vovó lavou a roupa que mamãe vestiu quando foi batizada
E mamãe quando era menina teve que passar; teve que passar,
Muita fumaça e calor no ferro de engomar
E mamãe quando era menina teve que passar; teve que passar,
Muita fumaça e calor no ferro de engomar
E mamãe quando era menina teve que passar; teve que passar,
Muita fumaça e calor no ferro de engomar
E mamãe quando era menina teve que passar; teve que passar,
Muita fumaça e calor no ferro de engomar

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